PERSONAGEM BÍBLICA DÁ TAPAS NOS ANJINHOS NA PROCISSÃO DE NATAL

Uma outra história que me faz gargalhar a doer a barriga,eu presenciei quando era secretário Municipal de Cultura, na administração do meu querido amigo,o médico,então prefeito, Liberato Caboclo.Entre os projetos escolhidos pela minha pasta para o mês de dezembro,incluía-se um “Auto de Natal” desenhado,montado e dirigido pelo saudoso Celso Caran, um doce de criatura que nas ocasiões de carnaval e Natal aparecia na secretaria vendendo seus projetos para auferir algum dividendo.Pois esse foi um dos que comprei dele,uma representação teatral que mostrava a história da Natividade de Jesus de acordo com a passagem bíblica.Para sustentar o fluxo criterioso de linguagem estética e filtrar as emoções,montaríamos um cenário de tirar o fôlego capaz de propiciar metáforas interessantes.Pois o reputação de excelência de Wander Ferreira Junnior,meu secretário à época,com sua visão determinante para a organização,entendeu – em nossa percepção viciada em grandiloquências- que ajudaria a precipitar o deslumbramento,se relêssemos a história bíblica com um cortejo uma procissão que caminhasse pelo umbral do Ginásio Antonio Natalone,onde seria encenado,até o local onde havia sido montada a manjedoura.Pois assim foi feito.Celso Caran desenvolveu com pompa e circunstância,trajes bíblicos para os figurantes como se fosse a entrada de São José e Nossa Senhora em Belém,numa novela da Rede Record. Montamos cenário com feno, madeira rústica,garotinhos da periferia vestidos de anjinhos – que vieram acompanhados pelas suas mães.Em sintonia com a exigência do público rio-pretense Celso contratou uma conhecida jovem socialite, loira de longas madeixas até à cintura,para viver o papel de Nossa Senhora,personagem seminal para a história,claro.Pois infensa à responsabilidade, mais preocupada em aparecer bem na fita,queria que os anjinhos que a precediam ficassem a alguns metros de distância,para que seu traje de cetim azul celeste e branco, pudesse aparecer  nas fotografias e filmagens de tevê,com a necessária cintilância. Mas os anjinhos, coitadinhos, eram crianças de dois, três e quatro anos de idade,que não entendiam direito o comando dela. E a Nossa Senhora ia dando tapas e cachuletas na orelha deles, pedindo que se apressassem e se distanciassem dela.Codilôco, A nossa Nossa Senhora ,sonhando para suportar o real. Sob o protesto veemente das mães das crianças.Quase deu B.O. E de longe, onde assistia, quase tive um infarto.



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